FILME: REQUIEM FOR DETROIT
de Julien Temple.
Quinta-Feira dia 9 de Fevereiro 21h30
No da Barbuda, Largo da Severa nº8
A cidade de Detroit chegou a ser a 4ª maior dos Estados Unidos. O seu apogeu decorreu entre o início do século XX e o início dos anos 60. Foi o berço das ideias de Ford e Fayol, sendo onde nasce a definição de cidade enquanto espaço de consumo colectivo. Ford advogava que cada trabalhador das suas fábricas devia ter o poder de compra para adquirir um automóvel e uma casa. Esta visão contribuiu para que a cidade crescesse menos em altura e mais no espaço: Urban Sprawl, já que o modelo promovia a aquisição de vivendas por parte dos habitantes. Símbolo do automóvel, a cidade construiu uma rede alargada e densa de vias rápidas, permitindo a circulação dos novos subúrbios aos locais de trabalho.
Detroit foi uma das cidades destino principais de uma geração de afro-americanos que fugiram do sul à procura de trabalho e de uma certa urbanidade que oferecia direitos políticos e civis. Nos anos 50 e 60, era a cidade dos Estados Unidos com a maior percentagem de afro-americanos com casa própria.
A partir das crises energéticas dos anos 70, com a liberalização dos mercados e processos informacionais adquiridos dos avanços tecnológicos que nos aproximaram da globalização, a cidade, demasiado centrada na fábrica, perde a sua competitividade face às concorrentes.
Detroit falhou a transição para a Cidade Global. Nos últimos trinta anos perdeu um milhão de habitantes. Nesse mesmo período, a população dita caucasiana fugiu da cidade, passando de um milhão para apenas noventa mil. A população afro-americana, constituía 35% da população em 1967, hoje em dia representa 85%.
Hoje, o número de habitações vazias da cidade corresponde a duas vezes o tamanho dos limites de Lisboa.
Mais sobre Detroit:
http://transicoesurbanas.wordpress.com/2012/01/12/os-novos-desafios-de-detroit/
http://kck.st/aJhl8b
http://places.designobserver.com/feature/the-forgetting-machine-a-history-of-detroit/31848/
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